quarta-feira, 7 de julho de 2010

A um poeta


Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre e sua!
Mas que na força se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Olavo Bilac
Os Jogos da Primavera estão chegando, e com eles a oportunidade de mostrarmos o que produzimos de melhor artisticamente em nossas filiais. E a poesia não fica de fora: haverá o Concurso de Poesia, que premiará as obras mais inspiradoras de nossos filósofos-poetas!
Como sabemos, a inspiração não surge do nada, mas sim para coroar um esforço de trabalho. Convidamos então a viverem a poesia de Olavo Bilac, ela mesma um exemplo de trabalho minuncioso com as palavras, para que desde já preparemos as poesias para nossa festa da primavera.
Que as Musas nos inspirem, se dermos nosso sacrifício diário de trabalho!

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